Cerca de quarenta ativistas do movimento de defesa da água de São Paulo participaram, nesta terça-feira, 13/11, de audiência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com foco nas soluções comunitárias para a gestão hídrica na Região Metropolitana. A iniciativa foi da Comissão de Meio Ambiente, presidida pelo deputado estadual do PV, Roberto Tripoli.
Dentre os expositores, Adriano Sampaio, do Existe Água em SP, e Luiz de Campos, do Rios e Ruas, que enfocaram o trabalho que realizam, permanentemente, para mapear e dar destaque às nascentes de água e os cursos de água – rios e córregos – que foram canalizados dando lugar à construção de vias e edificações públicas.
Diferentemente do que ouvimos sempre, não existe crise hídrica em São Paulo. O que existe há muito tempo é uma crise de gestão dos recursos hídricos. Falta vontade política, comprometimento e competência aos gestores públicos. A maior parte de nossos rios virou canal de esgoto e a perda no sistema de distribuição da água aos consumidores chega a trinta por cento do volume.
Grupos comunitários atuam cada vez mais para recuperar e defender a água nas áreas rurais e urbanas, sem qualquer apoio de órgãos públicos responsáveis pelo setor.
EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA NA ÍNDIA É MOTIVADORA
Mini Jain, dirigente da Ong indiana The Flow Partner, expôs um pouco das iniciativas comunitárias em seu país, para ressuscitar rios em áreas desertificadas. Lá, como aqui, as populações conscientizadas põem a mão na massa para recuperar nascentes e rios. O governo chega sempre depois do trabalho realizado pelas comunidades.
O coordenador da Casaviva – cultural e ambiental, Carlos Marx, falou sobre o programa de revitalização de nascentes em Osasco, que coordenou de 2008 a 2016, nas gestões dos prefeitos Emídio de Souza e Jorge Lapas.
“Nossas ações que mapearam quase duas centenas de nascentes, da quais mais de vinte foram recuperadas, tiveram a participação da comunidade, especialmente dos estudantes das escolas estaduais. A importância do trabalho foi confirmada através da premiação concedida pelo ODM Brasil (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento”, ressaltou Marx.