Casamento, gravidez, menopausa, dupla jornada de trabalho, violência, depressão e pressões da vida cotidiana foram alguns dos temas abordados nas palestras “Saúde mental da mulher” proferidas pela advogada Azeli Cardoso e pelo psicólogo João Laurentino dos Santos na noite do dia 16 de maio, na sede do Partido Verde de Osasco.
“Todo mundo nasceu pra ser feliz. E a felicidade está ligada ao bem-estar. A OMS define a saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e isso não significa a ausência de doença. Hoje há diversas leis que protegem e amparam a mulher. Há sistemas de garantias de direitos que podem escutá-las, dentre eles há ouvidorias e o Ministério Público”, explicou a doutora Azeli.
A advogada resumiu a diferença entre depressão e tristeza. “Hoje em dia a depressão tem se tornado comum entre as mulheres, principalmente as que são repreendidas pelo marido ou pela família. O que a mulher precisa fazer para deixar de ser subjugada e sobreviver? Uma alternativa é investir na própria educação e na independência”, disse Azeli.
Segundo a advogada, mais atenção para a mulher, troca de abraços e beijos entre pais e filhos, melhor comunicação e saber lidar com os homens fazendo com que eles se tornem mais companheiros e amigos engloba o conjunto de ações para a saúde mental da mulher. Ao final de sua fala, indicou a leitura do livro “Eu e tu”, de Martin Buber, onde o autor descreve a vivência dos relacionamentos do ser humano, bem como do lugar da pessoa dentro da sociedade.
O psicólogo João Santos falou em seguida e apresentou fatores de situações de risco e vulnerabilidade que prejudicam a saúde mental da mulher. São eles: violência intrafamiliar; situação de exclusão social (idoso, etc.); doença clínica grave; uso de álcool, drogas; violência conjugal; medo do envelhecimento, da perda da libido e da beleza; e acúmulo de papéis da mulher no mundo moderno.
“Viver a vida com os pés no passado ou no presente faz diferença na nossa qualidade de vida e saúde mental. E nós, homens, também precisamos nos transformar para acompanhar as mudanças e transformações que ocorrem com as mulheres”, sublinhou o psicólogo João.
Segundo João Santos, a mulher atual não é passiva e nem submissa, contudo, muitas ainda deixam de ser “mulher” para ser só mãe ou só profissional. “Ficar remoendo o que passou de ruim não é bom. É preciso honrar a própria história e tirar proveito do que foi bom. É preciso refletir sobre o que foi ruim porque ajuda na saúde mental. Aprender ou reaprender a se cuidar também ajuda na vida mental”, comentou.
“Vivemos num mundo de aparências. Mas quando a aparência reflete a nossa alma sinal que tudo está ‘OK’, caso contrário é sinal de doença. Não devemos esvaziar a nossa própria vida porque a nossa felicidade não depende do outro, mas de nós mesmos. A família é uma referência muito grande, e essa família pode ser parentes ou amigos. Ter alguém para dividir experiências e medos é importante e ajuda no nosso bem-estar. Convido vocês a refletirem sobre esses pontos discutidos hoje e que cada um não perca de vista a própria vida”, finalizou o psicólogo.
O cuidado com todos os aspectos da saúde, não se enquadrar nas neuroses da modernidade como a eterna juventude e, sobretudo, entregar-se a um sentimento amplo de amor foram alguns dos conselhos dados pelos palestrantes.
- “Nascemos pra ser feliz”, diz advogada Azeli
Ao final, Carlos Marx, presidente do PV Osasco, agradeceu a todos os participantes e palestrantes pela presença, destacando que a sede da sigla está aberta para realização de palestras, cursos ou outras atividades. A palestra “Saúde mental da mulher” foi uma iniciativa da Secretaria da Mulher do PV, coordenada pela professora Régia Guedes.
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